terça-feira, dezembro 28, 2010

O lobo e o cordeiro... amizade improvável





Esta é uma mensagem de amizade. 
Mas a amizade e o amor não são diferentes.
Seres diferentes de diferentes espécies podem amar-se amigavelmente
Podem ser amigos amoravelmente
Como este veado e este gato... conseguindo ajustar os corpos que não foram feitos para se ajustarem...
Como nós. Amigos virtuais e desconhecidos.


Esta é uma mensagem de Natal, de Ano Novo e de Todos Os Dias
Para vocês.

( A imagem era nítida, mas apagou-se com o tempo)

sexta-feira, dezembro 24, 2010

terça-feira, dezembro 21, 2010

Bom Inverno!

Começa hoje o Inverno, mas todos os tempos são belos. E bons.
É bom ficar à lareira a olhar o fogo, a mexer no lume... a sonhar, a beber algo quente...
É bom estar numa cama quentinha... muito quentinha, a ouvir a chuva torrencial a cair no telhado...
As madrugadas geladas e chuvosas fazem-nos apreciar melhor o mês de Maio, desejar o tempo das cerejas, o futuro.
Bom Inverno!
E para os brasileiros: Feliz Verão.

domingo, dezembro 19, 2010

Dez Mil Guitarras

Acabo de comprar um livro que deve ser giríssimo, Dez Mil Guitarras um romance histórico de Cathérine Clément, uma das melhores do género, sobre... adivinhem o quê....
Alcácer Quibir.  Depois conto.
A despropósito: ouvi dizer muito bem sobre o fime Laços Brancos que passou há pouco no cinema e reparei que está a dar no TV  Cine. Vi um bocado. Tem um tipo de violência psicológica que faz lembrar Fassbinder e imagens lindas de morrer. Longe daquela ingenuidade americana, bang, bang, bang...

Segunda impressão: o livro é um pouco chato, tal como um que li anteriormente da mesma autora... pensei que fosse apenas aquele... pretende dar tanta informação que acaba por ser uma reportagem ficcional e não um verdadeiro romance.


Enfim, hoje, Janeiro de 2012, já o esqueci completamente.

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Vidas e Viagens



Uma ópera sobre "as vidas e as mortes" da escritora e aventureira francesa Isabelle Eberhardt (1877-1904)
Jornalista e viajante, morreu no decurso de uma inundação em Marrocos, no decorrer de uma das suas viagens.

Song From the Uproar: The Lives and Deaths of Isabelle Eberhardt

quarta-feira, dezembro 15, 2010

 princípes, meus irmãos
Arre, estou farto de semideuses! "


Fernando Pessoa / Álvaro de Campos

sábado, dezembro 11, 2010

Sensações Oblíquas de Leitura

Não sei se já vos aconteceu, mas provavelmente...
Às vezes receamos assumir as sensações que nos parecem inusitadas... e, apesar de ter lido muito sobre estética literária, nunca vi esta sensação referida.

Recordo-me de estar num hotel de Sintra, estirada na estreita cama, a reler um livro de Júlio Dinis, em que tudo se passa no campo, a imaginar um muro à beira dos campos cultivados, num caminho cheio de pó e ao mesmo tempo vendo e sentindo Sintra, a sua paisagem em volta do quarto e do hotel, ao mesmo tempo que sentia o cheiro da cozinha, entrando pela janela aberta ao sol da tarde.
Ainda ontem, enquanto lia um livro de Marguerite Yourcenar, Un Homme Obscur, na parte em que a acção decorre no mar, imaginava ao mesmo tempo estas sensações / recordações de estar em terra a ler sobre a terra, em Sintra.

Ou estar num navio a ler as descrições do deserto do livro "Vers Ispaham" de Pierre Loti.
Recordo a sensação de ver o mar sem terra à vista, observando distraidamente uma rola solitária e peregrina pousando num estai, ao mesmo tempo que imaginava, lendo, uma pequena cidade no meio do deserto onde o autor viu os condenados em celas subterrâneas, quase via as mulas a treparem pelos despenhadeiros do Irão, no insuportável calor e na insuportável poeira das paisagens desérticas... a água e o mar que me rodeavam e que são o contrário do deserto.

Estes momentos de leitura foram alguns dos inúmeros e muito intensos momentos de prazer da minha vida.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

SUSAN PHILIPSZ



Esta performer ganhou o prémio de arte Turner com uma instalaçãoo que inclui uma canção medieval. Pode ver-se e ouvir-se também no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.
Retirado do site da revista L+Arte do Facebook

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Oração Budista

Dedicatória:

"Possam os seres, em toda a parte, que padecem 
Tormento nas suas mentes e corpos
Possuir, por virtude do meu mérito,
Alegria e felicidade em grau ilimitado.


Que eles não estejam doentes
nem se comportem malignamente.
Possam eles não ter medo, nem sofrer insultos.
Possam as suas mentes ser sempre livres de mágoa.

Possam os cegos receber a sua vista,
Possam os surdos começar a ouvir
E as mulheres à beira do momento dar à luz
Como Mayadevi, livres de toda a dor.


Possam todos os nus ser agora vestidos
E todos os famintos comer até se fartarem.
Possam todos aqueles ressequidos de sede receber
Águas puras e deliciosa bebida.

Possam os pobres e indigentes encontrar riqueza
E alegria os conturbados e ansiosos.
Possam aqueles agora desesperados terem a mente sã,
De verdadeira constância dotados.


Possa todo o ser afligido de doença
Ser imediatamente livre de todo o mal.
Possa toda a enfermidade que atormenta os vivos
Ser totalmente e para sempre ausente do mundo.

quinta-feira, novembro 25, 2010

O Alarme

A minha comédia O Alarme e uma outra peça de minha autoria foram agora publicadas na revista online 
TRIPLOV nºs 5 e 7
 Se quiserem ler o Alarme, espero que se riam... é sobre a actual sociedade portuguesa... e mais não digo.
Procurar por ordem alfabética, no G.
VER AQUI REVISTA TRIPLOV
Mas afinal parece que 
Vale a pena ler outros artigos desta revista.

sexta-feira, novembro 19, 2010

Hortelã Mourisca



Para recordar esta letra tão campestre, tão ecológica e mesmo tão biológica. Quem se lembraria hoje de meter o nariz, ou melhor, o rosto, logo de madrugada, no orvalho da Hortelã Mourisca e da Macela? Sem pesticidas, claro. A propósito, algum de vocês conhece essas plantas?
Letra da própria Amália Rodrigues.
(Este post tem as cores do Verão, verde e dourado)

Vem o sol de agosto, vou dormir no prado,
Tudo lá é de gosto, sem ferro de arado.
A cama está feita de hortelã mourica
E a macela espreita com graça e belisca!
Hortelã mourisca por entre a macela,
Vem lavar teu rosto no orvalho dela!
Hortelã mourisca pela madrugada,
Beijarei teus olhos, rosa perfumada!
Sob um mar de estrelas de flor de macela,
Não tenho fronteiras, não tenho janelas!
Tenho a minha amada, cotovia arisca,
Toda perfumada de hortelã mourisca!

sábado, novembro 06, 2010

Exposição das Relíquias do Buda e de Outros Grandes Mestres Budistas


Local: Lisboa - Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa, Rua de Dona Estefânia, 175
Entre 6 e 14 de Novembro de 2010, aberto ao público das 10.00 às 19.00 horas. 
Com palestras, sessões de meditação e bênçãos.
ENTRADA LIVRE
(Algumas relíquias são pequenos cristais que aparecem entre as cinzas da cremação. Não aparecem normalmente, só estas pessoas as têm. Algumas destas pedras, na sua maioria parecidas com pérolas, mas baças, segundo dizem, apareceram espontaneamente junto das outras.)


A exposição faz parte do Projecto Maytreia. Houve vários Budas, aquele a quem chamamos Buda pode ser considerado o Buda Histórico e foi o quarto, está previsto existir um dia o Buda do Futuro, Buda Maytreia.
Este projecto pretende desenvolver em todos os aspectos uma região muito pouco desenvolvida e muito pobre a norte da Índia, a terra onde morreu o Buda Histórico. Vão construir uma estátua gigante de Maytreia, igual à da imagem e colocarão dentro as relíquias que, segundo dizem, têm o poder de curar doenças, entre vários outros.

quinta-feira, novembro 04, 2010

Carta aberta a um amigo virtual

Caro Medina (do Brasil):
A verdadeira fraternidade é esta: a fraternidade do espírito.
Está para nascer o homem novo, mas talvez o homem novo sejamos nós mesmos. Está para nascer, ou a nascer, talvez até dentro de nós mesmos, o homem novo. A mulher nova. Uomini.
Mas esse novo humano não dará mais valor ao cérebro do que ao coração. E o medo não será a sua principal motivação para fazer ou não fazer. Como é agora.
E o medo não será a sua principal motivação para viver ou não viver, como é agora.
E sim a alegria. E a alegria será a sua principal motivação para fazer ou não fazer.
Incluindo a alegria do encontro.


Caro amigo: isso que você vê nascer dentro de si, talvez de inconfessado, é mesmo você.
É você mesmo, fruto dos tempos a ser. Acolha sem desconfiança o que aparecer dentro de si de novo e de bom.
Nunca apreciei a intimidade nem valorizei a proximidade, não são os próximos no espaço que nos inspiram. E o corpo... bem, o corpo... importante embora, parece ser, sem o ser, o essencial. O corpo é importante como impressão, mas é irrelevante como verdade. O corpo é apenas a verdade da terra. O mar delimita os seus limites. E a terra expande as suas ilusões.
Por mim, sei que fui feita para viver neste tempo em que a amizade e a proximidade mental ou psíquica ignoram a distância.
E para começar agora a ser. E a ter sido. A não ser que a relação entre as pessoas seja irrelevante e que só na solidão possamos encontrar a distância...
Não posso ter sido a única. Espero por vocês. Por si, caro amigo. Podemos encontrar-nos na diferença e na semelhança e na ilusão e no sonho. Ou digamos assim: 
Encontrar-nos-emos por aí.
E vai ser bom.


(Texto a ser alterado, claro.)

domingo, outubro 31, 2010

Constable



Carroça de Feno, Constable, 1928
Embora tenha prometido colocar aqui marinhas e motivos aquáticos, (prometi no outro blogue, não neste), para já fica aqui esta paisagem campestre como um apelo à nostalgia do Outono, ou em sintonia com ela.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Almário

Ocorre-me muitas vezes esta palavra: almário.
É apenas uma corruptela de armário, que dizem muito as pessoas do Norte de Portugal.
É um daqueles erros bonitos. Será que os armários são todos almários?
Também ficava melhor (era mais correcto, no fundo) dizer: ele está na idade do almário.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Que falta que faz a Natália!

"Temos fantasmas tão educados
Que adormecemos no seu ombro
Somos vazios despovoados
De personagens de assombro"
Natália Correia

quinta-feira, outubro 14, 2010

"Graças a Deus sou ateu"

"Vivemos numa sociedade laicizada, a maior parte são cristãos não praticantes, outros nem fé têm, mas a maioria são homens e mulheres rectos que procuram fazer o melhor que podem. Eu acho que Deus age nessa gente sem eles saberem", disse o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, ontem na celebração da missa dos 50 anos do movimento dos Cursilhos de Cristandade em Portugal.


No mínimo, é uma visão simpática da sociedade. Só deve ser chato para aqueles que não acreditam nem querem acreditar...
E para os que dizem: "Graças a Deus sou ateu", frase que caracteriza os que acreditam mas fingem que não acreditam... pior ainda para os que não acreditam, mas fingem acreditam...
E já agora, ainda há os que acreditam e fingem que acreditam, e os que não acreditam e fingem que não acreditam...

sábado, outubro 09, 2010

Nossa Senhora do Cabo

Conto-a como ma contaram a mim.
Um saloio e uma velhota tiveram um sonho em que lhes apareceu Nossa Senhora. 
E então encontraram-se. E combinaram ir os dois juntos ao Cabo Espichel.
E, quando lá chegaram, encontraram uma imagem abandonada da Nossa Senhora. 
E o povo começou a fazer uma romaria à "Nossa Senhora do Cabo".
E todos os anos, a Nossa Senhora do Cabo fica numa das 25 freguesias das redondezas e depois vai em procissão para outra.
E este ano está em Sintra, mas só voltará daqui por 25 anos.
E não me peçam mais pormenores. De cada vez que os pedi, responderam-me: não sei. Só me disseram que isto do saloio e da velhota aconteceu há 300 anos. Mais coisa menos coisa.

quinta-feira, outubro 07, 2010

Olá Amílcar! Há que tempos!
Eu andava a cismar como foram os meus blogues parar aos preferidos do blogue da Ex-DGEMN...

quarta-feira, setembro 29, 2010

A Stranger in Paradise



É assim que eu vejo uma viagem por mar. Ou por outros mares.
Entre o esplendor do espírito e o esplendor da matéria.

domingo, setembro 26, 2010

sábado, setembro 25, 2010

terça-feira, setembro 21, 2010

"A gente só nasce
Quando somos nós
Que temos as dores"

segunda-feira, setembro 20, 2010

A luzinha é você

Este blogue também já tem um globinho, que muda com as estações do ano, por exemplo, fica com neve, etc.
A luzinha também é você, mas este gira mais.

domingo, setembro 19, 2010

Osho

"Chegou a hora em que é necessário uma grande rebelião contra todas as religiões estabelecidas. A religiosidade é necessária no mundo, mas não precisamos de novas religiões – chega de hindus, cristãos, mulçumanos -, apenas de pessoas puramente religiosas, pessoas que tenham grande respeito por si mesmas"
Osho

sábado, setembro 11, 2010

Viagem luminosa




A luz do sol reflecte-se nas ondas que a devolvem
A luz da lua regressa ao espaço,
As estrelas são demasiado nítidas num écran de escuridão
A viagem marítima é a viagem luminosa.

A luz do espaço, a luz do mar, a luz interior de quem navega por ser seu destino navegar:
Estar entre a escuridão e a luz, entre o medo e a aventura
Entre o que é e o que poderá deixar de ser, na imaterialidade das vagas formas marinhas

terça-feira, setembro 07, 2010

AS FÉRIAS SÃO DEMASIADO ESTAFANTES. VAMOS TRABALHAR

VAMOS TRABALHAR PORQUE PRECISAMOS DE DESCANSAR.

Nem que nos pagassem bem, nunca nós correríamos ou caminharíamos, para trabalhar, muitos quilómetros debaixo da torreira do sol, nos países mais quentes do mundo. Como fazemos nas férias. Antes organizaríamos tremendas manifs para protestarmos contra o trabalho escravo.

Tive sorte: depois de me ter esmifrado até perder o fôlego e até me arderem os pés à torreira do sol mediterrânico e de outros sóis, o meu primeiro dia de trabalho é o primeiro dia que vi, em vários meses, nublado e com chuva.

Bom trabalho para vocês.

segunda-feira, setembro 06, 2010

It's so easy to leave me All alone with the memory Of my days in the sun.




Os meus amigos mais jovens ainda não devem conhecer esta música.
É preciso construir agora boas recordações dos nossos dias "in the sun"


Midnight,
Not a sound from the pavement
Has the moon lost her memory?
She is smiling alone.
In the lamplight,
The withered leaves collect at my feet,
And the wind begins to moan.

Memory,
All alone in the moonlight,
I can dream of the old days
Life was beautiful then
I remember the time
I knew what happiness was.
Let the memory live again.

Every street lamp seems to beat
A fatalistic warning.
Someone mutters and the street lamp gutters
And soon it will be morning.

Daylight,
I must wait for the sunrise,
I must think of a new life
And I musn't give in.
When the dawn comes,
Tonight will be a memory too
And a new day will begin.

Burnt out ends of smoky days,
The stale cold smell of morning.
A street lamp dies,
Another night is over,
Another day is dawning.

Touch me,
It's so easy to leave me
All alone with the memory
Of my days in the sun.
If you touch me,
You'll understand what happiness is.
Look, a new day has begun.

Navegações




Belo três mastros, que avistei perto de Saint Tropez. Para embarcações de recreio, nunca vi nada que se lhe comparasse.
Conheci em tempos uma jornalista alemã que tinha um barco. Disse que eram muito mais baratos se comprados em segunda mão em qualquer país europeu e levados a navegar. Sabia que em Portugal é difícil ter barcos...

sexta-feira, setembro 03, 2010

Amarrações





1ª foto: O porto de Ceuta é muito bonito, é o que aparece no genérico deste blogue.
Manobras para zarpar do porto de Ceuta.
2ª foto: Navegação em alto-mar

quinta-feira, setembro 02, 2010

Minha peça de teatro

Interrupção das navegações para dizer:

Foi publicada na Revista Triplov a minha peça de teatro, inédita até agora

Aldeia das Cavernas



Pretende demonstrar a ideia de que a aldeia global também pode ser considerada uma aldeia de cavernas, tanto no sentido do primitivismo das relações, como no sentido platónico das ilusões.
Essa não é necessariamente a minha opinião, é apenas um ponto de vista, que me surgiu na escrita desse texto.

Um enorme agradecimento a Estela Guedes, directora da Revista.

quarta-feira, setembro 01, 2010

terça-feira, agosto 31, 2010



"A vizinhança do mar destrói a pequenez"
Stendhal.
1ª foto - Em navegação
2ª foto - Museu da pesca, Palamós, Catalunha, Espanha

sábado, agosto 28, 2010

Navegaçoes

Balleira do navio Funchal, porto de Saint Tropez, França.
A caminho do navio, fundeado ao largo

sexta-feira, agosto 27, 2010

Navegações


Posted by Picasa
Porto de Saint Tropez

quinta-feira, agosto 26, 2010

Navegação




Posted by Picasa
Quando o navio fica fundeado ao largo, o embarque e o desembarque faz-se de lancha.
Chama-se baleeiras a estas embarcações, pois os navios de caça à baleia levam, ou levavam vários pequenos barcos acoplados, usados depois para as perseguir.
E depois é preciso içar tudo.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Lua Cheia





A Oriente, a lua, nascendo. A nordeste, a lua. A Norte a Europa, Ao sul, a África. Breve momento de passagem.

Fecham-se-me os olhos doridos e cansados de terem visto tanta beleza e tanta luz.

Guardarei dentro de mim a memória deste esplendor luminoso para o recordar no Inverno e nas noites sem lua.

(Estreito de Gibraltar, lado Norte, Europa)

Para o Luis Miguel, o Joao e outros amantes de navios








Porto de Ajaccio, Corsega


terça-feira, agosto 24, 2010

segunda-feira, agosto 23, 2010

Navegações



Por mares já muito navegados, mas sempre misteriosos e inauditos.

quarta-feira, agosto 11, 2010

A BELEZA ESCONDE-SE DE QUEM NÃO A PROCURA

segunda-feira, agosto 09, 2010

Solidão

"A minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas... detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeira companhia."
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, agosto 05, 2010

Pôr-do-sol de Verão, visto de Lisboa










Pôr-do-sol de Verão, visto da minha janela
Com aquela "gaivota que anda perdida" pelos céus de Lisboa
Rastos de aviões nas nuvens e os meus pés

terça-feira, agosto 03, 2010

Serenata de Schubert



No fim do vídeo aparecem outros. Basta clicar na imagem para os ouvir.
Clicar nas quatro setas concêntricas, do lado direito, para ver em écran completo.
Ou abrir outra página e apenas ouvir o som.

domingo, agosto 01, 2010

A Masseira Sombria


A minha mãe tinha nove irmãos e uma mãe que os espancava a todos. Tinha um pai, desertor da guerra de 14-18 - poucos portugueses foram para essa guerra e muitos menos escaparam com vida, para além dos desertores, que escaparam todos, claro... este pai defendia os filhos.

A mãe da minha mãe tinha uma masseira. Era uma peça de mobiliário destinada a amassar a farinha para fazer pão, e que também servia de mesa. A parte de amassar era destacável e tinha vagamente a forma de um barco. Ou talvez de um pequeno caixão. Todos os caixões são navios que nos transportam...

Num belo e quente dia de Verão, a minha mãe e uns irmãos mais novos levaram a parte de cima da masseira para um pequeno riozinho, o que se chama um ribeiro. A masseira flutuava bem e eles navegaram felizes toda a tarde, rio abaixo. Este ribeirinho ia dar ao Rio Douro, mas não foi dar. Só havia um remo, que era a pá do forno e, quanto ao leme, não havia.

Quando chegaram a casa (nem chegaram por si, foi preciso ir buscá-los) apanharam todos uma grande surra. Mas a minha mãe contava isto como uma coisa muito gira que tinha feito... muito boa...

De todas as vezes que embarquei, às vezes em navios de luxo, senti que tinha embarcado clandestinamente na masseira da minha avó, com a minha mãe e os meus tios, no riozinho de prata que ia dar ao rio Douro, mas não foi.

E talvez todos os navios tenham começado por ser assim, masseiras sombrias e clandestinas, deslocadas da terra para o mar, possuídas pela vibração das marés e pelo sonho de navegar: assim como todas as descobertas marítimas começaram por ser naufrágios.

A masseira continua parada no mesmo sítio, sombria e lúgubre, como que fundeada, talvez ainda ansiando pelo mar.

Hoje, dia um de Agosto, quero homenagear a minha mãe no dia em que ela morreu. Há muito tempo, tinha eu 18 anos.

E gosto de a lembrar assim: não morta, mas viva, alegre, feliz e criança: a desafiar o "poder" e a sentir-se encantada por o ter feito. Recordando esses momentos com prazer durante toda a vida.

Infância: tempo de navegar em algo de imaginário mas quase real. Tempo de partir sem levar nada, por ainda não se ter nada. E sem receio de naufragar e perder tudo. Sem receio de que vá tudo "por água abaixo". Porque ainda não temos nada.

P.S.: Programei a mensagem para ser publicada hoje, 1 de Agosto, às oito da manhã.
Graciete Nobre
A foto extraída deste blogue CLICAR AQUI: a masseira parece ser uma miniatura, assim como a pá, pelo menos imagino-os e recordo-os bem maiores e sem pinturas. Era também na parte de cima que se guardava o pão.

sexta-feira, julho 30, 2010

Lágrimas do Oceano



Outra vez Keiko Matsui: Tears of the Ocean. Há outros vídeos dela em Terra Imunda.

domingo, julho 25, 2010

Luar Sagrado

É hoje o dia do luar sagrado para os hindus, o Guru Purnima de que falei num post anterior.
É uma festa em honra dos Gurus, que conduzem espiritualmente a humanidade, mas inclui o jejum, como purificação física e espiritual.
A noite passada já parecia dia, um dia escuro...

sábado, julho 24, 2010

Impressões

Durante muito tempo, pensei que o Verão era o tempo da felicidade.
Agora entendo que só pode ser feliz no verão quem o for todo o ano...

quarta-feira, julho 21, 2010

A Lua Cheia

No próximo domingo, 25 de Julho, é celebrado pelos hindus o Guru Purnima, a lua cheia, em honra dos Gurus, que conduzem espiritualmente a humanidade. Também podem ser considerados professores e muito mais do que isso, claro.

Mother Maya é também uma Guru. Considerada santa pelos indianos e vivendo em recolhimento nos Estados Unidos da América, tem feito uma viagem à volta do mundo para convencer as pessoas a fazerem um voto de não-violência: voto de Ahimsa, como fez o Mahatma Gandhi. Este voto inclui a alimentação vegetariana, a não-violência contra animais. É uma mãe cósmica.
No texto em link, escrito por ela, afirma que nos aproximamos da Idade do Ouro. Uma nova era, mais evoluída e melhor.

terça-feira, julho 20, 2010

Le Vieux Moulin

Engraçado. Vi nas estatísticas dos blogues que andou alguém a fazer tradução automática para francês do meu poema "O velho moinho", publicado na revista Triplov. Ficou um texto estranho. Mas com passagens giras. Assim:


Le Vieux Moulin


Au fond de la vallée du fleuve, l'eau calme

doux et tranquille qui nous attend


Toujours court, légèrement lieu caché de la paix

Willow bourgmestre laisse que la pente de l'eau

sur votre chemin dans un hommage solennel.


Pour y accéder il faut descendre la colline:

Gorse, ronces, orties émeraude,

gratter bruts dans la peau.


Ne passez pas, disent-ils. Ne cherchez pas le chemin

Brook est un mystère que vous ne doit pas divulguer

Dos à dos - disent-ils - Stop!


La pleine lune éclaire doucement le ruisseau caché

de passage à l'ombre des grands arbres qui entourent


Stop parmi les saules petite crique

Retourne à la lune au clair de lune

hommage silencieux à la terre liquide univers vide

Le moulin abandonné rappelle d'autres temps déjà.

quinta-feira, julho 15, 2010

Poema de Sophia

MEDITAÇÃO DO DUQUE DE GÂNDIA SOBRE A MORTE DE ISABEL DE PORTUGAL

"Nunca mais
A tua face será pura, limpa e viva
Nem o teu andar como onda fugitiva
Se poderá nos passos do tempo tecer.
E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei Senhor que possa morrer."


Sophia de Melo Breyner Andresen
(EXCERTO)

segunda-feira, julho 12, 2010

Provérbio chinês

"Das trinta e seis maneiras que existem para escapar, a melhor é a fuga."

Citado por Pearl Buck, "A Bridge to Pass"

sábado, julho 10, 2010

Todos os tempos

Em alturas como estas, de intenso calor, sabemos valorizar a chuva, a frescura das sombras, o Outono... vai ser bom quando sentirmos o aconchego da casa nas noites de Inverno... Todos os tempos são bons, embora este seja o meu preferido.
Ao dizer que é o meu preferido refiro-me, também, ao tempo presente.

quarta-feira, julho 07, 2010

A seda azul dos dias





A seda azul dos dias / A seda azul das noites

A noite vai descendo lentamente, muito lentamente
Sobre esta parte da terra antes do mar,
No centro do Ocidente do mundo (conhecido)

A dádiva do repouso acaricia finalmente
As nossas cabeças inclinadas, entregues à febre do tempo

Muitos nunca vão esquecer este dia que agora acaba em sombras, 
Quase todos o olvidarão para sempre

A luz desaparece lentamente, muito lentamente...
Ouvem-se as vozes, diálogos familiares, falas tranquilas do dia que assim se extingue na cidade

Ouvem-se os sons da água que corre, invisíveis cascatas, ou fontes dos jardins                escondidos e dos quintais ocultos
Ouve-se o som surdo das rodas dos automóveis, cada vez mais espaçado, mais lento, na cidade que repousa

Muitos dormem


E outros partem para a aventura da noite
Podemos descansar se quisermos, podemos partir se quisermos nesta cidade noctívaga

A lua cheia e a estrela do pastor aparecem agora, tranquilamente
Lembrando-nos a placidez dos campos, das terras longe, noutras paragens

Dizem-nos que nada mudou. E que tudo muda sempre?
Que nada mudou, dizem:
- Voltamos sempre aqui, mais ou menos a esta hora. Aqui e a toda a parte...
Dizem-nos que a luz há-de vir todos os dias e todas as noites
"Para ti" - quase parecem sussurrar




- SÃO MAIS OS MORTOS DO QUE OS VIVOS - ciciamos baixinho, como se ninguém nos  escutasse,
Nas trevas que se adensam, medonhas, e para cá dos montes, já quase invisíveis

- São mais os vivos - parece tranquilizar-nos a luz obscura, a escuridão tenebrosa, a claridade ambígua do luar
- Porque todos foram vivos, um dia.
E todos tiveram medo da escuridão,
Como tu

Muitos dormem!



[N.B.: Este texto será alterado, pois é apenas um esboço.]