sábado, dezembro 31, 2011

Feliz 2012



Já de outras vezes anunciaram que o mundo "ia si acabar", mas o mundo "não si acabou".


Como diz a Carmen Miranda. E já que não vai se acabar: "Ô Balancê Balancê"






Feliz Ano Novo de 2012

domingo, dezembro 25, 2011

Natal






Natal.
Posted by Picasa

sábado, dezembro 24, 2011

Noite de Natal

Era noite de Natal. Os rebanhos já tinham recolhido ao redil e os pastores, à lareira, confraternizavam cantando, comendo, bebendo e apreciando o calor do fogo, após o frio mortal que haviam vivido nas serranias.
Era uma noite de tempestade.
Só eu deambulava ainda pelas montanhas, perdido na neve, na chuva e no vento. Mas era maior o meu martírio interior, a tempestade dentro de mim. Pelo mal irreparável que tinha cometido, irremediável para sempre: eu matara um deus.
Matara um deus nascituro entre muitos milhares de crianças que mandara aniquilar. Mas as crianças e as mães das crianças e os pais das crianças e os soldados que tinham sido obrigados ao extermínio, nada disso me preocupava naquela noite de névoa, de temporal e de dor. Para mim. Herodes. Que importam essas pessoas sem valor? Quem poderia importar-se com elas? A história não, necessariamente. A História dos tempos só fala dos grandes homens e ... mal de mim, dos deuses também.
Qual será o castigo para um homem que matou um deus? Talvez mesmo um Deus único...
Não acredito na vida para além da morte. Acredito no que vejo, acredito que vou ganhar muito, nesta vida, com esta eliminação de todas as crianças, para impedir que as profecias se cumpram. Neste mundo.
Mas... e se houver vida para além da morte? E se houver um só deus? E se esse único deus for esse rapazito único que eu mandei matar? E se esse deus for esse que eu mandei matar e se conseguiu sobreviver? Se for um deus verdadeiro sobreviveu, necessariamene.
E eu? 
E eu, Herodes, que será de mim?




Texto em construção (Work in Progress).

sábado, dezembro 17, 2011

Cesária Évora

Cesária Évora morreu hoje.
E eu que recentemente me apaixonei por São Vicente, em Cabo Verde, e que esperava, um dia, ouvi-la cantar ao vivo, descalça, serena, uterina e telúrica, nessa ilha e nessa cidade. Como costumava fazer.
Não será já neste mundo nem neste tempo, mas não deixará de o ser na imaginação e na sôdade. Claro!





segunda-feira, dezembro 12, 2011


Baudelaire VideoActivité Hymne à la beauté por fle


Hymne à la beauté

Viens-tu du ciel profond ou sors-tu de l'abîme,
Ô Beauté ! ton regard, infernal et divin,
Verse confusément le bienfait et le crime,
Et l'on peut pour cela te comparer au vin.

Tu contiens dans ton oeil le couchant et l'aurore ;
Tu répands des parfums comme un soir orageux ;
Tes baisers sont un philtre et ta bouche une amphore
Qui font le héros lâche et l'enfant courageux.

Sors-tu du gouffre noir ou descends-tu des astres ?
Le Destin charmé suit tes jupons comme un chien ;
Tu sèmes au hasard la joie et les désastres,
Et tu gouvernes tout et ne réponds de rien.

Tu marches sur des morts, Beauté, dont tu te moques ;
De tes bijoux l'Horreur n'est pas le moins charmant,
Et le Meurtre, parmi tes plus chères breloques,
Sur ton ventre orgueilleux danse amoureusement.

L'éphémère ébloui vole vers toi, chandelle,
Crépite, flambe et dit : Bénissons ce flambeau !
L'amoureux pantelant incliné sur sa belle
A l'air d'un moribond caressant son tombeau.

Que tu viennes du ciel ou de l'enfer, qu'importe,
Ô Beauté ! monstre énorme, effrayant, ingénu !
Si ton oeil, ton souris, ton pied, m'ouvrent la porte
D'un Infini que j'aime et n'ai jamais connu ?

De Satan ou de Dieu, qu'importe ? Ange ou Sirène,
Qu'importe, si tu rends, - fée aux yeux de velours,
Rythme, parfum, lueur, ô mon unique reine ! -
L'univers moins hideux et les instants moins lourds ?

Tradução deste poema para português, autorada tradução: Graciete Nobre (em construção)


Vens tu do céu profundo ou sais tu do abismo,
Ó Beleza! O teu olhar, infernal e divino,
Verte confusamente o benefício e o crime,
E podemos, por isso, te comparar ao vinho.
Conténs no teu olhar o por do sol e a aurora
Mais perfumes difundes que a noite tormentosa
Teus beijos como um filtro, tua boca uma ânfora,
Fazem cobarde o herói, corajosa a criança

Provéns do negro abismo, ou descendes dos astros
O destino, encantado, segue-te como um cão
Semeias ao acaso a glória e os desastres
E governando tudo, não respondes a nada

Caminhas sobre os mortos, Beleza, que tu gozas
De tuas jóias o horror não é a menos bela
E o assassínio, entre os teus mais caros *berloques
No teu ventre amoroso dança amorosamente

A mariposa encantada voa para ti, ó candeia
Crepita, arde e diz Bendigamos a chama
O apaixonado, arfante, que enlaça a sua bela
Parece um moribundo acariciando a tumba.

Venhas tu do paraíso ou do inferno, que importa
Ó beleza, monstro enorme, assustador, ingénuo
Se teu olhar, teu riso, teus pés me abrem a porta
De um infinito que eu amo e nunca conheci?

De Satã ou de Deus que importa, anjo ou sereia
Se tu fazes, ó minha fada dos olhos macios
Com ritmo, perfume, luar, ó minha rainha única
Menos horrendo o universo, mais leves os instantes.

(Tradução "em progresso", aceitam-se sugestões)

sexta-feira, dezembro 09, 2011

A letra é linda, a música também: "Le papillon et la fleur"



"Le papillon et la fleur", música de Gabriel Fauré, poema de Victor Hugo


La pauvre fleur disait au papillon céleste:
Ne fuis pas!...
Vois comme nos destins sont différents, je reste.
Tu t'en vas!

Pourtant nous nous aimons, nous vivons sans les hommes,
Et loin d'eux!
Et nous nous ressemblons et l'on dit que nous sommes
Fleurs tous deux!

Mais hélas, l'air t'emporte, et la terre m'enchaine.
Sort cruel!
Je voudrais embaumer ton vol de mon haleine.
Dans le ciel!

Mais non, tu vas trop loin, parmi des fleurs sans nombre.
Vous fuyez!
Et moi je reste seule à voir tourner mon ombre.
A mes pieds!

Tu fuis, puis tu reviens, puis tu t'en vas encore
Luire ailleurs!
Aussi me trouves-tu toujours à chaque aurore
Tout en pleurs!

Ah! pour que notre amour coule des jours fidèles.
Ô mon roi!
Prends comme moi racine ou donne-moi des ailes
Comme à toi!



Victor Hugo, in "Les Chants du Crépuscule"Victor Hugo, in "Les Chants du Crépuscule"

sábado, dezembro 03, 2011

Le voisinage de la mer

"Le voisinage de la mer détruit la petitesse"

Stendhal, Mémoires d'un touriste