Ao lermos este título, concluimos logo que o autor é um português nacionalista bacoco. Para logo a seguir nos surpreendermos ao descobrir que o autor é inglês.
Este autor inglês, Martin Page, apaixonou-se por Portugal e pelos portugueses, sobretudo por aquilo (muito) que os portugueses têm de diferente dos ingleses.
Pela parte que me toca, obrigada Martin Page, não serei eu a dizer que não é verdade, não vou negar que os portugueses são incríveis, fantásticos, estavam predestinados desde a idade Média para uma missão especial e divina...
Enfim, aquilo que um português teria pejo de dizer, di-lo ele, numa narração da nossa história em versão revista e, a meu ver, adaptada. Parece-me que certas interpretações são muito fantasistas, mas por isso mesmo são narradas estórias da nossa história que são giríssimas.
Por exemplo: vocês já ouviram falar da lenda das amendoeiras, não é? Aquele rei muçulmano que mandou plantar muitas amendoeiras, uns dizem que no Algarve, outros dizem que no Norte, porque a sua esposa, que tinha sido escrava, gostava de neve e as amendoeiras em flor imitavam a neve. Este livro conta outro episódio de amor pela dita esposa tão belo como este, para logo a seguir dizer que, mal o pai do rei, ou príncipe, morreu, logo ele mandou chamar para junto de si o ainda hoje famoso poeta Ibn Amar, que amava desde criança e que tinha sido exilado pelo rei, por isso mesmo. Enfim, depois destas demonstrações de amor pela ex-escrava, correu com ela a troco de um homem...
Convenhamos: isto deve ser verdade! quem se lembraria de inventar tal coisa?