Um amigo meu, ou antes, alguém que ficou meu amigo depois disto, José Daniel Soares Ferreira, colocou no meu Facebook a cópia que fez este disco de vinil, Improviso, com poemas de Natália Correia, declamados pela própria. Nem eu conhecia isto, nunca sequer tinha ouvido falar. Mas, pelo minuto 20, talvez um nadinha antes, está um dos meus poemas preferidos, ou talvez o meu preferido, desta autora. Intitula-se "Núpcias Químicas" e está neste mesmo blogue
P.S.: Este conceito de "Núpcias Químicas" relaciona-se com a alquimia e também com outros rituais iniciáticos. O lado espiritual e iniciático da obra de Natália ainda não está estudado, mas, em breve, vou colocar no Kindle a tese que fiz sobre a sua poesia, desenvolvendo este e outros aspetos, totalmente desconhecidos. Estive para a publicar há vários anos, mas acabei por não assinar o contrato com o editor, que me deu cabo da paciência, do juízo e do tempo que perdi com isso.
Se me arrependi? Não. O tempo mudou, tudo mudou, eu mudei. A Natália não.
Um dos motivos para este e outros documentos não serem conhecidos é a clandestinidade a que foi votada grande parte da obra de Natália Correia e da obra dos seus amigos.
O grande problema da ditadura salazarista, neste e noutros casos culturais é o não distinguir o bom, do mau, do assim assim, do medíocre. De facto, depois do 25 de Abril, quem tivesse uma obra clandestina e censurada, era considerado bom ou ótimo, dependendo do engagement político. Tal como foram esquecidos e ignorados alguns autores que eram a favor ou simplesmente não eram contra Salazar.
- Tudo isto parece mau ??? - pergunta a Nadinha... - Só porque ainda não perceberam que agora é pior... - responde a Nadinha.
Agora, publicam-se, vendem-se aos molhos e propagandeiam-se aos molhos os livros que sejam populares e comerciais, sem qualquer respeito pela própria literatura que assim se limita à sua função de contar histórias. histórias que estejam na moda.
Ouvi a Natália Correia, intransigente defensora da cultura e em particular da cultura portuguesa, como muitos amigos a ouviram, dizer assim:
- Vêm aí tempos muito maus no aspeto cultural. Espero já não viver nesse tempo!
A Nadinha é a minha pseudo-heterónima. É a protagonista das minhas viagens marítimas, as reais e as sonhadas.
Quanto a mim, considero-me uma neófita na vida e em tudo.
Todos os textos e fotos aqui apresentados, ou são originais, ou é indicada a sua proveniência.
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