terça-feira, janeiro 24, 2012

o tempo de dormir é o tempo de esperar



Já semeei. Vou dormir, enquanto a seara cresce. Ou se estiola. Ou se multiplica. Enquanto as sementes se germinam. Enquanto a seara se transforma nas ondas marítimas... ou se perde, vazia, na imensidão dos mares.
o tempo de dormir é o tempo de esperar as transformações da terra e do mar.
Confiando.

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Esconjuro pela luz - esconjuro pelo sal



Que se livre esta casa pela luz

Que se livre esta casa pelo sal

Que se livre esta casa pela luz
da Luz

Que se livre esta casa pelo sal
Do sal

Que se livre esta casa pela luz
Do sal

Que se livre esta casa pelo sal
da luz

Que se livre esta luz pelo sal 
Que se livre este sal pela luz do mar


Que se livre esta água pelo sal do mar
Que se livre esta água da maré 
Que se livre esta maré pela luz 
Que se livre o marinheiro pela luz do mar

sábado, janeiro 21, 2012

Cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!





Hoje cantaram isto para mim, o que me deu grande alegria.
Já não me lembrava de que gosto de música brasileira e que até sabia isto de cor.

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Sim! - E eles a mim?



- Medo do mar? 

- Sim, claro que sim!
- Medo da vida? Medo da morte?

- Claro que sim! - Sim? 
- Sim!
- Medo dos homens? - E eles a mim? 
- Sim - Medo dos outros? 
- Sim! E eles a mim? 
- Sim. Medo, sim, claro que sim. 
- E eles a mim?
- Sim, claro que sim!

G. Nobre (Scherzo)

terça-feira, janeiro 17, 2012

"À Fragilidade da Vida Humana"



Esse baixel nas praias derrotado
Foi nas ondas Narciso presumido
Esse farol nos céus escurecido
Foi do monte libré, gala do prado.

Esse nácar em cinzas desatado
Foi vistoso pavão de Abril florido;
Esse Estio em Vesúvios encendido
Foi Zéfiro suave, em doce agrado.

Se a nau, o Sol, a rosa, a primavera
Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Sentem nos auges de um alento vago,


Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol baixel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.

Francisco de Vasconcelos, Fénix III

Vem agora muito a propósito este poema intitulado ""À Fragilidade da Vida Humana"", sobretudo os dois primeiros versos. É um poema muito característico da estética Barroca, em que a elaboração formal e a musicalidade conseguida desse modo, quase obscurecem o sentido, tornando-o numa espécie de adivinha. É um soneto.

domingo, janeiro 08, 2012

Ano poético

2012 será seguramente um ano poético. Um ano estranho, talvez mesmo uma obra de arte.
Muitos ficarão à espera que o mundo acabe no último mês, outros, que tudo fique maravilhoso, o início de uma nova era de paz, abundância e felicidade. E essa nova era seria a última.
Estão também anunciados três dias de completa escuridão. 

Isto faz-me lembrar, é claro, uma coisa que tenho andado a  escrever, sem pensar em nada disto. E que partilhei aqui, mas apenas umas frases. Dos textos que escrevo, os que mais me agradam são constituídos por pequenas frases como essas, sobrepostas.

Navegamos na escuridão


Agora, há novidades. A circunspecta e lacónica monarquia japonesa abriu uma ou duas brechas, como esta da princesa Nakamaru. Deu muitas entrevistas sobre o que acontecerá em 2012. Como o Tsunami do Japão se assemelha às previsões apocalíticas e escatológicas...

AQUI: Alguns vídeos têm traduções em português e espanhol, todos são falado sem inglês.

Longe de mim propor alguma versão. Apenas partilho as que conheço.
Provavelmente, vamos todos acordar em 1 de Janeiro de 2013 com um mundo igual e igualmente monótono, com os mesmos políticos, a mesma crise, a  mesma mé... a mesma mera realidade.

domingo, janeiro 01, 2012

Feliz 2012! Que a Luz nos Ilumine





Que a luz vinda das estrelas, filtrada pelo conhecimento e refletida pela arte, nos ilumine a todos neste novo ano!

Feliz 2012!




Nota: (Cúpula da Basílica da Estrela, Lisboa)