quarta-feira, março 30, 2011

Sintra vista por Eça de Queirós

"O maestro embasbacou. No vão do arco, como dentro de uma pesada moldura de pedra, brilhava, à luz rica da tarde, um quadro maravilhoso, de uma composição quasi fantástica, como a ilustração de uma bela lenda de cavalaria e de amor. Era no primeiro plano o terreiro, deserto e verdejando, todo salpicado de botões amarelos; ao fundo, o renque cerrado de antigas árvores, com hera nos troncos, fazendo ao longo da grade uma muralha de folhagem reluzente; e emergindo abruptamente dessa copada linha de bosque assoalhado, subia no pleno resplendor do dia, destacando vigorosamente num relevo nítido sobre o fundo de céu azul claro, o cume airoso da serra, toda cor de violeta escura, coroada pelo castelo da Pena, romântico e solitário no alto, com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar, e as cúpulas brilhando ao sol como se fossem feitas de ouro..."

Eça de Queirós, Os Maias

sábado, março 26, 2011

MAR MAR MAR



Cesária Évora "Mar Azul"

sábado, março 19, 2011

Espectáculo: Nascimento da lua. Lugar: Terra. Hora: Em Contínuo





A lua regressa do Oriente, vitoriosa e triunfante, depois das festas que lhe fizeram por lá.
(Para saber como são as festas, ver o meu outro blogue AQUI)

quinta-feira, março 17, 2011

As arcas do tesouro

Comprarei as arcas para guardar os meus tesouros:
As pérolas da chuva, as lágrimas de contemplar a imensa beleza,
O cheiro a maresia nos dias de nevoeiro,
O por-do-sol sobre uma montanha asiática,
Um navio passando entre a terra e a ilha, de noite,
A estátua de Vénus imaginada nesse espaço nocturno, invisível,
A beleza dentro dos livros,
As palavras tão doces, tão selvagens,
As mil flores que florescem nas bordas dos caminhos,
Os bosques distantes sob a chuva,
A doçura dos abraços


Guardarei todas estas maravilhas que vivi dentro destas arcas que colocarei sobre o terraço ao ar livre, por não caberem na escuridão.


Graciete Nobre

(Este é um post antigo que tinha apagado e que republiquei. Os comentários são antigos, excepto o último até agora, que diz: "frágilperene como...nós".)

terça-feira, março 15, 2011

Adeus ao mar!



Junto aqui mais uma tela marinha do mesmo pintor russo, Ivan Aivazovsky, o pintor dos mares e um poema de Pushkin, grande poeta russo, também do Sec. XIX.

A pintura chama-se Adeus ao Mar de Pushkin e o poema é o "Adeus ao mar", de Pushkin, escrito na sua juventude. Não encontro em tradução portuguesa, vai em Espanhol.



Al Mar
¡Adiós, libérrimo elemento!

Contemplo por postrera vez

tus olas célicas al viento,

tu hermosura y altivez.

Cual queja triste de un amigo,

como su voz de despedida,

tu imperativo, mustio ruido

por vez postrera se avecina.

¡Límite ansiado de mi alma!

Por tus orillas en tinieblas

tan a menudo yo vagaba,

atormentado por mi idea.

¿Y no amé tu eco acaso,

todo el fragor de tus abismos,

y el silencio al ocaso,

y el arrebato advenedizo?

La barca fiel del pescador

que guardas tú, mar, por antojo,

roza el oleaje con valor,

mas desenfrenas tu enojo

y se hunde en banda la mejor.

sábado, março 12, 2011

Em benefício dos mares





Nunca é tarde para descobrir coisas novas e agora com a net, encontra-se tudo.
É como a diferença ou ausência de diferença existente entre oposições de palavras como descobrimento / encontro. Ou descoberta / invenção. Pois toda a descoberta é uma invenção. E toda a descoberta é também um encontro. Às vezes mesmo um encontrão. É por isso que muitas pessoas se recusam a descobrir seja o que for.


Pinturas sobre o mar do pintor russo Ivan Aivazovsky, artista romântico do Século XIX, considerado lá, alhures, numa parte do mundo considerada esquisita e que passou por convulsões esquisitas, em tudo e também na arte, como o pintor dos mares.


Os mares têm cor política? Podem ser pintados com as bandeiras dos reinos ou das repúblicas, mas todas as construções humanas caem. Todas as realizações humanas estão condenadas à destruição. Só sobra o que existe de divino no ser humano. A criação. A arte. O amor. A compaixão.

VER MAIS AQUI

sexta-feira, março 11, 2011

Oração atribuída a São Francisco de Assis

Descobri, através duma amiga virtual indiana e de religião hindu, que esta oração atribuída a São Francisco de Assis é partilhada por muitas religiões do mundo, ao ponto de se ter perdido a noção da sua autoria...


Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

quarta-feira, março 09, 2011

TRANSFORMAR A TRISTEZA EM INDIGNAÇÃO

segunda-feira, março 07, 2011

Como se colocam os navios na água

Este vídeo mostra como se colocam os navios na água

terça-feira, março 01, 2011

Mirabai: poetisa e santa indiana da Idade Média








«Ajoelho-me perante ti
Bihari A tua coroa é
de penas de pavão e o tilak
brilha na tua fronte
Ondulam os pendentes de oiro
nas tuas orelhas e os negros
anéis dos teus cabelos
Quando tocas flauta
deixas desassossegado
o coração das mulheres
de Braj Ao contemplar-te
Mira desfalece»
in A Phala, Jul-Out 2009


I Am Mad(FOR LORD KRISHNA)

I am mad with love
And no one understands my plight.
Only the wounded
Understand the agonies of the wounded,
When the fire rages in the heart.
Only the jeweller knows the value of the jewel,
Not the one who lets it go.
In pain I wander from door to door,
But could not find a doctor.
Says Mira: Harken, my Master,
Mira's pain will subside
When Shyam comes as the doctor.

- Mirabai