sábado, agosto 12, 2006

Iemanjá: Ilha dos Frades

 
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Perfumar o mar

O povo da Bahia, não só o antigo, mas mesmo o moderno, é provavelmente o único que faz o seguinte:
Deita ao mar sabonetes e perfumes, para lhe melhorar o cheiro. Estes presentes destinam-se a Yemanjá, Senhora das Águas.
É um mito muito poético, mas que tem fracas e toscas realizações plásticas: valha-nos a palavra!

Em certo dia, após uma solene procissão, o povo também lava as escadas da igreja do Senhor do Bonfim com água de rosas.
Não é lindo? É o que se chama, julgo eu, delicadeza interior. E que é muito raro encontrar-se em lado nenhum.

terça-feira, agosto 08, 2006

Livros, do Brasil

Comprei no Brasil alguns livros, ainda não tive tempo de os ler todos, mas já recomendo dois (e dois autores):
Uma escritora que creio não ser conhecida em Portugal, Ana Maria Machado e um clássico que eu tinha esquecido, imperdoavelmente.
Da primeira só encontrei um romance, embora me tenham asseverado que tem mais:
Tropical Sol da Liberdade.
É um testemunho sofrido e densamente humano sobre a história recente do Brasil, a resistência e o exílio. Estes assuntos, que nos fazem compreender melhor a situação do país, são temperados com alguns momentos de invulgar sentido de humor.
O outro é:
Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel António de Almeida.
Creio que seja fácil encontrar este em bibliotecas públicas.
Engraçadíssimo, tem um estilo que recorda o melhor das fases realistas de Eça e de Camilo. A acção decorre no Rio de Janeiro e inclui alguns emigrantes portugueses (não muitos).
É o único livro do autor, que morreu ao 30 anos num naufrágio, sem conhecer a fama.
Faz um retrato sarcástico e de morrer a rir de certos costumes dessa época e de certas paixões assolapadas. Mesmo assim, é considerado romântico…
É pena que nenhum dos nossos grandes escritores, que eu saiba, se tenha dado ao trabalho de descrever e narrar usos e costumes perfeitamente risíveis hoje em dia e já nessa época talvez.
Creio que este nosso amigo, Manuel António de Almeida, era um ET, incapaz de cumplicidade com a gente atrasada do seu tempo.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Bahia: terra de artistas

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domingo, agosto 06, 2006

Pela Terra 3

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Baía

Ainda existe a frescura das sombras
E o canto estranho de aves espantosas
Sobre as árvores antigas



Ou continua a existir a frescura das sombras... 

Baía da Bahia (Inverno)

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