sexta-feira, agosto 21, 2009

É doce morrer no mar




Após uma noite como nunca tinha passado nenhuma no mar, em que adormecia de exaustão, deitada e acordava sentada com o balanço do navio, entre as Ilhas Canária e a Ilha da Madeira, em que era impossível não pensar na morte, ou por naufrágio ou de qualquer outra maneira, por uma questão, não tanto de medo, mas de associação de ideias, acordei de manhã a sonhar com um caixão feito de chocolate.
Os rebordos trabalhados que costumam ser de madeira eram de frutos silvestres e cerejas. Foi um sonho feliz, muito saboroso. Havia muita gente à espera de o comer quando fosse o momento oportuno.
Não se pode dizer que eu seja uma pessoa pessimista. Nem mesmo nos sonhos.

Esta frase "É doce morrer no mar" tinha-a relido na biblioteca do navio, no livro Mar Morto de Jorge Amado, pouco antes de me ir deitar.
Mas o sonho teve um sabor Zen, como quem vislumbra uma estranha e inesperada verdade.

P.S.: (Dias mais tarde, uma leitora deste blogue contou-me que tinha sonhado o mesmo sonho, ou outro parecido, depois de ler este texto).

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