A escritora Jan Morris, de que falei no blogue Terra Imunda por esta data, narra assim no seu livro "Colundrum" a sua transformação de homem em mulher. É um impressionante testemunho das diferenças que poucos terão experimentado por si. Embora seja possível sentir que esta diferença existe, pelo menos em algumas pessoas.
"O primeiro resultado não foi exactamente uma feminização do meu corpo, mas um despir da capa rugosa que cobre os indivíduos masculinos. Não estou a falar apenas dos pêlos ou da textura da pele, nem da saliência dura dos músculos: tudo isto desapareceu efectivamente nos anos que se seguiram, mas com eles desapareceu também algo menos tangível, que sei agora ser especificamente masculino: uma espécie de camada invisível de resiliência acumulada, que oferece um escudo para o lado masculino das espécies, mas ao mesmo tempo diminui as sensações do corpo".
É, explica Morris, como se os homens "tivessem um contacto menos imediato com o ar e o sol" e estivessem "mais poderosamente compactados nos seus próprios recursos". Com o tratamento hormonal a que se sujeitou, essa "armadura" foi desaparecendo e Morris sentiu-se tão mais leve que sonhava frequentemente com levitação."
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