Como ando a ler e reler tudo o que diga respeito ao mar e a ver filmes sobre o assunto, etc., encontrei no alfarrabista das Amoreiras o único romance histórico que conheço sobre a época dos Descobrimentos Portugueses. Conheço também um mais recente, de que falei aqui, sobre a viagem de Vasco da Gama, mas esse é quase uma reprodução da relação da mesma viagem, conseguindo ainda ser mais chato. (Ver http://escrevedoirosemaluquices.blogspot.com/search?q=vasco+da+gama)
Este livro explora uma história verídica e de facto estranha, uma das estórias dos Descobrimentos, que devem ter muitas aventuras como esta. Depois da ultrapassagem do Cabo Bojador por Gil Eanes, Nuno Tristão prossegue na exploração da costa até ao Rio Amargo, agora chamado Geba, nas margens do qual é morto pela população autóctone, como vingança por anteriores ataques portugueses. A barca, ou falua, chamada "Dos Irmãos", juntamente com toda a informação referente ao achado, foi então trazida para Portugal por um rapaz de quinze anos chamado Aires. A tripulação era apenas constituida por esse Aires, dois grumetes (muito jovens, portanto), um jovem negro e um marinheiro.
O livro, do escritor alemão Hans Baumann, chama-se "A Falua dos Irmãos". Creio que também poderia ser traduzido por "A Barca dos Irmãos", até porque a tradução é péssima e com vírgulas a mais. Foi publicado em 1960 pela "Empresa Nacional de Publicidade", ligada ao regime Salazarista.
É um livro leve, interessante, não propriamente extraordinário, tem algumas críticas aos portugueses da época e ao Infante D. Henrique, mas é um elogio à exploração do mar e descoberta de novas terras.
É estranho que este e outros filões de estórias da nossa História não estejam ainda a ser explorados... talvez porque os descobridores nos parecem a nós muito sagrados e não sabemos humanizá-los...
Palestina: Biden / Kamala
Há 3 semanas
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